António é um dos nomes mais correntes num cidadão português. Antoninho é o que por vezes faz o papel de António.
Esta história começa há sete anos atrás. Entremos na máquina do tempo e voltemos a 2004.
Nessa altura eu fazia de Antoninho na Rádio Amizade, em Esch-sur-Alzette: fazia o desporto, os discos pedidos, publicidade, entrevistas, bailes… porra, nem me lembro mais do que fazia….foi um ano rico em atividades associativas.
Em termos desportivos, 2004 foi o ano do Europeu em Portugal e no Luxemburgo a epopeia do ano foi a de ter um clube com origens tugas na final da Taça do Luxemburgo de futebol, o Cebra 01.
A raridade (unica até hoje) foi notícia em muitos orgãos de comunicação social em Portugal. Aqui no Burgo alguns folhetins semanais e estações rádiofónicas decidiram dar algum destaque ao assunto. Eu, como fazia a cobertura de acontecimentos desportivos para a Rádio Amizade, tive uma luz (coisa rara) e decidi transmitir o jogo em direto através da emissão "online" da Rádio Amizade .
Batalhava diariamente contra os escuteiros residentes , mas depois de muito insistir lá consegui o acordo da pseudo direção (a verdadeira é a OGBL).
Alugamos uma linha nos correios, arranjei patrocínios, e até deu lucro, vejam lá!
Eu e o meu companheiro de emissões e reportagens, João Ferreira (aonde andas tu, companheiro?) éramos os carrascos dos Domingos. Dizia eu de cada vez: "Ó João vens?". Ele estava sempre disponível, era o maior, alinhava sempre em tudo, mas também não pertencia ao grupo dos escuteiros. Era um Antoninho, como eu.
Para presenteá-lo pelo seu esforço e dedicação, quando tive a certeza de poder transmitir o jogo convidei-o para vir comigo. Só tínhamos duas credenciais, era mais que natural que o quisesse levar: se estava sempre disponível para o mal, gostaria que estivesse comigo para o bem, não é?
Surpresa a minha, a dois ou três dias do evento telefona-me alguém em nome da pseudo-direção da Rádio Amizade a convidar-me a convidar outro elemento para levar comigo, porque segundo eles (os pseudo-diretores) não dava uma boa imagem á Rádio Amizade a presença do João (leia-se Antoninho). Para esse evento, propuseram outro elemento, que vestia fato e gravata, não que eu tenha alguma coisa contra esse senhor, até sou seu amigo, mas eticamente não me pareceu bem…
Falei com o João e expliquei-lhe o sucedido. Ele, como é um indivíduo humilde disse-me: "Domingos, se a direção acha que não sou capaz, eu aceito, leva contigo quem eles querem então". Bati o pé e disse, "ou vai o João comigo ou não vai ninguém".
Esta situação dos Antónios e dos Antoninhos acontece a cada passo nas associações portuguesas. Quem fica com os louros são sempre os Antónios. Então e os Antoninhos?
Domingos Oliveira

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