dimanche 18 décembre 2011

Base jumpers - Ajudantes de paraquedistas

Em todas as sociedades existem inteligentes, sábios, talentosos, lindos, ricos, pobres, burros, culpados, inocentes, mas em particular no Luxemburgo existem os “base jumpers”, os tais ajudantes de paraquedistas.

Voltando atrás na história pitoresca deste país, recuemos à década de 60, anos em que os nossos antepassados decidiram fugir p ó Burgo: as dificuldades eram muitas, arranjar trabalho, legalizarem-se, as condições de vida ainda eram extremas. Na década seguinte com o sucesso dos que já cá estavam começou o real êxodo dos tugas amordaçados pelo antigo regime.

Fugindo à guerra do regime, e querendo uma vida melhor, lá pegavam nas suas malas de cartão e siga a rusga, salta a fronteira e passamos a ser cidadãos do mundo.

O Grão-Ducado do Luxemburgo, em particular por ser um pequeno país, logo se ressentiu da invasão tuga - era Maria p’raqui, Maria p’rali, António, Joaquim, José, e o tuguês passou a ser língua de “chantier” do pequeno burgo.

Já na década de 80 começaram a querer mais. Era rádios piratas, jornais de cave, associações, ranchos, tascos (ainda sem o famoso karaoke). Até criaram mesmo o tal famoso campeonato do futebol de soco (pois os jogos acabavam sempre à porrada).

Então sem quererem muita coisa deu-se o início de uma nova era, uma nova etapa: chegavam ao Burgo os primeiros “base jumpers”, os tais aprendizes de ajudantes de paraquedistas.

Logo pelo dom da fala, resultado de anos e anos de manobras na metrópole, encaixaram-se em lugares de referência. Era diretores de semanários, chefes de quadrilha de emissões ilegais, presidentes de federações industriais com secretários que enchiam os bolsos, locutores que contavam as emissões, pseudo sindicalistas habituados a aldrabar os compatriotas, todos com vontade de ajudar o próximo (a ficar mais burro). Até havia um de que me lembro em particular que escrevia cartas pela mão da mulher para desenrascar os amigos no consulado. E à noite, por ser um dos primeiros a ter um carro de alta cilindrada, levava 300 francos a cada tuga para irem a Trier, mudarem o óleo (bem entendido).

Tudo boa gente. Esses sim eram os verdadeiros paraquedistas, agora já em pleno século XXI aparece outra categoria, os “base jumpers”, os tais ajudantes.

Motivados pelo sucesso dos antecessores engendram manobras de bastidores suscetíveis de agoirar o mais sortudo dos cidadãos.

Preparem-se, porque eles andam por aí. Existem duas opções: juntar-se a eles e aprender o “base jumping” ou enfrentá-los e marcar presença.

Escolham bem... e boa sorte.

Domingos Oliveira

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